Vendas de tintas cresceram 3,4% em 2023

Dados da Abrafati mostram linhas Imobiliária e Industrial em destaque no ano, que foi o segundo melhor da indústria na história.

 

Os números do mercado brasileiro de tintas em 2023 superaram as previsões feitas ao longo do ano, graças a um segundo semestre forte, em especial para as tintas imobiliárias e industriais.

Os produtos do setor tiveram boa demanda, para uso nas mais variadas aplicações, elevando o volume total a 1,871 bilhão de litros vendidos. Esse número, que já reflete a revisão feita recentemente nos dados relativos às tintas industriais, representa o segundo melhor resultado da série histórica, apenas um pouco abaixo (-0,4%) do registrado em 2021.

Na comparação com 2022, as vendas totais de tintas de revestimento cresceram 3,4%, o que significa cerca de 62 milhões de litros a mais do que no ano anterior. A maior parte desse volume veio das tintas imobiliárias, cujo volume vendido aumentou 3,6%. O destaque para essa linha ficou para a Região Sudeste, onde a expansão foi da ordem de 5,6%. Confirmou-se a manutenção da tendência de cuidar da casa, que ganhou tração durante a pandemia de Covid-19 e segue estimulando as pessoas a tornarem o local onde vivem agradável e personalizado.

Outro ponto alto de 2023 foi o desempenho das tintas industriais, com volume 3,2% superior ao de 2022: quase todos os subsegmentos dessa linha tiveram crescimento de 3% ou mais, com exceção das tintas para autopeças e para peças plásticas, que foram afetadas pelo mau momento do setor automotivo.

As tintas de repintura automotiva também viram as suas vendas aumentar, na faixa de 2%, descolando-se do desempenho das tintas automotivas originais, que acompanharam a pequena queda na produção de veículos no Brasil.

Para 2024, a expectativa atual da Abrafati é de novo crescimento das vendas, na faixa de 2,0% a 2,5%.

OTIMISMO MODERADO, A MARCA DO FÓRUM Abrafati 2012

Com a presença de executivos e lideranças da cadeia de tintas, em 21/08 realizou-se em São Paulo a 7ª edição do Fórum Abrafati da Indústria de Tintas. O evento debateu a situação atual e as perspectivas do setor, mostrando que, após um primeiro semestre fraco, os resultados devem ser um pouco melhores no restante de 2012, abrindo espaço para o crescimento mais consistente no próximo ano.

“O mercado está instável, mas crescente, com destaque para as tintas imobiliárias e de repintura automotiva. Teremos um segundo semestre mais forte e em 2013 a indústria de tintas deverá se expandir 1% acima do PIB”, afirmou Antonio Carlos Lacerda, presidente do Conselho Diretivo da Abrafati. O tom de otimismo moderado foi confirmado pelo público presente, que revelou suas previsões na pesquisa interativa dataFATI. A maioria estimou crescimento entre 1,6% e 2,5% este ano e um pouco maior em 2013.

Economista-chefe do Bradesco e um dos mais respeitados analistas de conjuntura, Octavio de Barros afirmou que a recuperação da economia brasileira já começou e que será gradual. Na sua opinião, este ano o PIB deverá crescer 1,6%, número que será maior em 2013. “O País tem condições de crescer sustentadamente a 4% ao ano”, afirmou. Ele previu ainda a recuperação da indústria no próximo ano e mostrou que o nível crescente de consumo das famílias é um grande impulsionador da economia e dos investimentos estrangeiros.

Por sua vez, Fernando Figueiredo, presidente da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), traçou um panorama da indústria química, revelando que seu faturamento dobrará até 2020 e mostrando a proposta do setor para mudar sua situação atual, tendo como um de seus objetivos transformar o país em líder na química verde.

Antonio Carlos Teixeira Alvares, presidente do Siniem (Sindicato Nacional da Indústria de Estamparia de Metais), abordou especialmente a situação favorável das latas de aço em relação à sua adequação à Política Nacional de Resíduos Sólidos. Destacou que o aço é hoje considerado recurso permanente e não um material não renovável, por ser durável e infinitamente reciclável.

O presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção), Cláudio Conz, mostrou otimismo com as perspectivas da construção civil, lembrando fatos positivos como o recorde em financiamentos e o aumento do crédito para reformas, além de novas medidas a serem anunciadas em breve pelo governo. E salientou a importância da capacitação de pintores e o uso de novas técnicas de pintura para alavancar as vendas de tintas no varejo.

“No cenário atual de incertezas, o Fórum Abrafati teve importância capital para visualizarmos as oportunidades e os desafios atuais e futuros, o que é essencial para o planejamento e a tomada de decisões pelas empresas”, avalia Dilson Ferreira, presidente-executivo da Abrafati.