OPORTUNIDADES PARA O VAREJO DE TINTAS
Antonio Carlos de Oliveira*
Uma pesquisa recente sobre o varejo de tintas, encomendada pela Abrafati à consultoria GfK, trouxe diversas informações úteis para os fabricantes e para os revendedores, abrindo oportunidades para a modernização, a incorporação de novas práticas e o crescimento das vendas.
Um dado muito importante diz respeito à presença de máquinas tintométricas nas lojas: a média é pequena, de menos de dois equipamentos desses por revenda. Esse número deveria ser muito maior, para poderem oferecer uma gama mais ampla de cores e de serviços aos clientes. Já houve tempo suficiente para comprovar os benefícios dessa tecnologia, que foi introduzida no Brasil há mais de duas décadas. Mesmo assim, quase 20% das lojas de tintas ainda não contam com nenhuma máquina tintométrica. Fabricantes e revendedores têm de agir em conjunto para mudar essa situação, que não é boa para nenhuma das partes, fazendo certamente com que percam vendas e/ou deixem de vender tintas com maior valor agregado.
Outro fato revelado pela pesquisa é que existe espaço, em muitas lojas, para ampliar o leque de produtos. Entre as revendas, algumas nem sequer vendem texturas e apenas 27% delas têm nas suas prateleiras outros materiais de construção (muitas vezes exigidos na etapa de preparação da superfície antes da pintura, como argamassa ou cimento). Como o consumidor busca cada vez mais comodidade, obtendo tudo o que precisa em um só lugar, é importante estar atento às possibilidades de ampliar o mix de produtos disponibilizados pela loja.
A pesquisa indicou também uma grande oportunidade de modernização, que deve ser considerada em função da revolução digital que estamos vivendo, com quase tudo feito online. O e-commerce, ou seja, a venda pela internet, ainda não conquistou os revendedores de tintas: apenas 7% do total oferecem essa possibilidade aos seus clientes. O potencial representado por esse canal é enorme: em 2016, quase 50 milhões de pessoas no Brasil compraram algo pela internet (22% a mais do que no ano anterior) e o comércio eletrônico foi um dos poucos setores a andar na contramão da crise econômica, crescendo mais de 10% no ano.
Para finalizar, mais uma informação que merece a reflexão dos revendedores. A pesquisa revelou que menos de 25% dos profissionais responsáveis pelas lojas de tintas visitam eventos do setor, como feiras. Essa é uma ação fundamental para conhecer novidades e entender as tendências, facilitando o planejamento de ações e possibilitando fornecer informações diferenciadas aos clientes. Esse foi o objetivo pelo qual promovemos, com apoio da Artesp e da Anamaco, um primeiro encontro voltado exclusivamente para o varejo no nosso recente evento, a Abrafati 2017. Constatamos ali, mais uma vez, como os lojistas têm forte interesse em saber mais sobre o que está sendo desenvolvido e lançado – e que logo chegará às lojas e/ou será pedido pelos clientes.
Vale a pena avaliar essas ideias, que podem contribuir para o seu negócio. Um feliz 2018!
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* Artigo publicado originalmente na revista Pintou na Artesp, edição outubro-novembro-dezembro/2017